sábado, dezembro 24, 2005

ANO NOVO!!

Mais um ano termina
e com ele vão as lembranças
e chegam os sonhos
Desejos, mesmo,
de buscar a paz.
Com ela, refazer os dias
Com eles, viver melhor
E melhorar a cada hora
nosso desejo de sonhar
ter fé na eternidade.
Encontrar a serenidade
Para reencontar a vida
remontar a casa caída.
Viver e amar.
Que o novo ano,
seja eterno na busca
efêmero no encontro
E no fim, nada de ponto
reticências...
Para a próxima jornada
Felicidade!

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Sou Tua

Sou tua voz
quando calas a boca
para silenciar o pranto.
Sou tuas pernas
quando pensas em desistir
da caminhada da vida.
Sou tua mão
quando teus dedos
não tocam mais
aquela canção de amor.
Sou tua luz
quando trilhas o escuro
caminho do autoconhecimento.
Sou toda tua
quando teu desejo fala mais
que tua louca razão.
Sou tua balança
quando pesas o antes
e o depois.
Serei tua, sempre
até que partas para outro mundo
E lá, olhando-me de longe
possas ver apenas a tua luz
a lembrar da minha
a desejar ainda
tua vida vivida.... Sozinha.

(Esta e outro slindas poesias de vários autores estão na coletânea Sou Tua, no endereço
http://www.revistazap.hpgvip.ig.com.br/ciranda_sou_tua.htm)

quarta-feira, novembro 09, 2005

No ar

Lá no céu uma pipa
Me faz lembrar dos sonhos
Sonhos de menino
Voando longe... longe
A buscar a eternidade.
Menino, ou menina,
Na verdade sempre querem
Desejam a eternidade no ar.
E, bem na meninice,
A gente sempre é pipa a voar
Sonha alto, pensa alto
E os pais sempre a segurar a cordinha
Cansados de puxar, enrolar os fios...
A infância voa.
E a pipa fica na caixinha
Da memória
Guardada, imaculada
Só é aberta quando,
Um outro menino,
Em sua sábia meninice
Chama o pai, ou a mãe
Pra brincar de pipa
E abre a caixinha de sonhos
E os dois, a voar
Viram a eternidade.

terça-feira, novembro 08, 2005

Sou tua

Sou tua voz
quando calas a boca
para silenciar o pranto.
Sou tuas pernas
quando pensas em desistir
da caminhada da vida.
Sou tua mão
quando teus dedos
não tocam mais
aquela canção de amor.
Sou tua luz
quando trilhas o escuro
caminho do autoconhecimento.
Sou toda tua
quando teu desejo fala mais
que tua louca razão.
Sou tua balança
quando pesas o antes
e o depois.
Serei tua, sempre
até que partas para outro mundo
E lá, olhando-me de longe
possas ver apenas a tua luz
a lembrar da minha
a desejar aindatua vida vivida.... sozinha.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Flores de Finados

Flores de plástico e o suor
Da limpeza da lápide
De lapidar a memória
Na busca de velhas lembranças
As boas e as más, tanto faz.
Neste dia, quando outrora
Silenciávamos em homenagem,
Sequer uma canção a tocar.
Uma lembrança triste, de doer
Sábia oração a se fazer.
Hoje, muito movimento
Nos campos verdes .
Oração, apenas o essencial...
Lembranças resgatadas,
Refazer o memorial.
Já não somos os mesmos
Os mortos também não o são
Choramos mais pela vida
Que ainda temos por fazer.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Coroa de rei, coroa de espinho

Coroa de rei, coroa de espinho
Não querer teu bem
É como azedar o vinho
É não comer do prato fino
É deixar de lado o destino.

É jogar sal em doce flor
Pisar sem graça em tapete de amor
É como não querer a felicidade
Que vem com a tua verdade.

Não querer teu bem
É não pensar a vida
É ter esperança contida
Esquecer da lida de todo dia.

Não querer teu bem
É sufocar o ar
É levar a vida a reclamar
É esquecer de cantar.

Não querer teu bem
É caminhar para o abismo
É enredar-se no pessimismo
É morrer aos poucos, sozinho.

Não querer teu bem
É não se amar, é não amar ninguém.

Acreditar

Acreditar é
bem mais que esperar
bem menos que andar
mais ou menos eternizar
a força do verbo amar.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Ampulheta

Começei agora
a pensar sobre o mundo
escorrendo por entre meus dedos.
Não tempo pra nada!
Ás vezes nem pra pensar em nada,
uma saída para outro mundo.
Não vejo mais o fundo.
Agora é subir pelas paredes
arrancar o que presta
deter a minha pressa
pra pensar um pouco em mim.
Mas... meu tempo está acabando
estou sonolenta para mudanças
Meus passos voltaram a ser
os de quando criança.
Preciso de colo.
O tempo acabou...

Resolvi mudar de vida
Recomeçar uma nova saída
para meu outro mundo.
Meus cabelos brancos
não vão me deter.
Tenho esperança, afinal...
a ampulheta de minha cabeceira
me dá a certeza que tudo
tem um fim...mas também um recomeço.

terça-feira, outubro 25, 2005

Sexto Sentido

Sexto sentido

Há sempre um sexto sentido
que nos faz repulsar
reviver sensações de outras vidas
E em outras existências
não devo ter sido tua.
Devo ter estado na lua.
Não vi quando te afastaste
Não sei quando me cheguei
Só sei que não és meu
nem mesmo quando comigo
Tens a alma em outras paragens
Sou apenas uma circunstância
Insisti para que comigo
refizeste tua existência
O céu não te preparou
para compromissos de aliança
Mas aceitaste o desafio

Meu coração anda confuso
Não sei se chora ou ri
Não sei se dói ou se liberta
E no conflito eterno
Eterno fica meu sentimento
Fico, e sempre estou,
A te esperar
Nem sempre como deveria
Nem sempre como querias
Nem sempre uma melodia
Mas para sempre, fiel
Aos meus princípios
às minhas emoções
Ao meu amor por ti.

Um dia, quando o sol
Passar para o outro lado
Talvez eu te entenda
Talvez me entendas
E, quem sabe possas
Entender a minha ligação
Contigo, sem ti,
Tua com as tuas outras metades
Tão diferentes de mim
Que te completam, que te alimentam
A alma, o corpo
E eu, querido,
Posso te dizer que estarei
Na busca por ti
Por mim mesma
Sem melancolia, sem hiatos
Sem interrogações
Estarei mais tua, mais nua
Mais eu.

Incerteza

Incerteza

Ando pelas ruas
cabelo ao vento, pés descalços
sem direção.
Ando pelas ruas
pele nua, sem sobressaltos
só coração.
Meus pés caminham com pressa
pulando buracos, desviando das pedras
na contramão.
Minhas mãos acenam para todos
na minha chegada ou na saída
à procura de paixão.
Já não encontro uma resposta
palavras ao vento, sentimentos em chamas
uma ilusão.
Desfaz-se em mim uma certeza
amo em segredo, espero as surpresas
da razão.

Resgate

Resgate

Enlaçados pela mesma sintonia
Simetria que invade do além
Quisera eu poder te mandar flores
Uma ou duas já seria bom!
E te forçar um pensamento de vida,
Contrário ao que pensas como saída.
Inverter tua noção de mundo
Mudar o rumo de teu dia-a-dia
E ver brotar de novo em tua face
Nitidez constante que te faz única
Trazer à tona teus desejos antigos
Ondas de amor que nos unem pela vida.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Desiguais

O Mito e a história

Ana carrega sobre si o martírio
De ver seu povo sofrer.
E sofre ela com o povo!

Ana caminha de novo
Nos caminhos que o povo não vê.
E o povo caminha com Ana!

O povo fala sobre uma Ana
Que Ana não consegue ver.
E Ana fala sobre o povo!

Ana agora vê o mundo
De um modo que o povo não vê.
E o povo já não vê Ana!

Ana morreu pelo povo
Que sabe o que pode ver.
E o povo vê Ana morrer!

Ana não mais existe
Para um povo que agora vê.
E o povo faz Ana viver!

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Artista das estatísticas

Doce criança!
Vem dançar
Coma as armadilhas do poder.
Entrega tua força
Por um punhado de
dignidade.
Alcança, na ponta dos pés,
O beiral da janela
Vê tua luz brilhar
Na face de outra criança.
Pobre criança!
Do frio que te cerca
Pelas calçadas,
Só tens direito a
Uma metade.
A outra é para teu irmão
Que ainda não chegou.
Triste irmão!
No peito que acaricia
Não há sequer contorno.
E o vento que lhe cala o choro
Só resta como alimento.
Minha criança!
Não tenho ainda o teu consolo
Mas, muitos o tem...
Conhecem tua história
De longos anos..
És artista sem saber!
E se quiseres saber
Teu nome
Ah! Doce criança!
Terás que ser alguém.

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Teu rosto, mulher
Contorna as armadilhas do tempo
Com o olhar.
Mergulha
Sem saber pra onde
E por quanto tempo
Como gota de eternidade
Na imensidão do mar.
O tempo não refez sentimentos
Iludiu
Com sombras de amor
Teu vulto insano.
Acreditastes.
Não mantivestes aquele olhar.
O tempo
Virou realidade em tua face
Fostes feliz em sonho
E não sabias.
Acordas
Olhos abertos
Não podem ver
E tu insistes
Miras a eternidade....
Acabas adormecendo.

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Nascimento

A vida, por um instante,
Pareceu encher de alegria
O nascimento.
Mas a criança,
Sublime essência de amor,
Nasceu da opressão e da violência.
E o ato de parir
Tornou-se um minuto de silêncio.
Silêncio da alma!
A criança já não chorou,
Fez-se silêncio também.
E então, a energia vital
Acomodou-se no universo
À espera de amor.

- ás mulheres violentadas nos campos de concentração da Bósnia.

Poesia

Quem faz poesia, não precisa falar dela. Apenas convidar os amigos e amantes a se deliciarem com as palavras e as imagens que brotam delas. Portanto, amigos, espero que apreciem as poesias e conheçam um pouco mais o que passa por essa cabeça de poeta...afinal..

faço poesia
como quem responde à vida
entupida de tantas armas.
quero mais é que os versos
matem minha sede de harmonia.

domingo, outubro 23, 2005

Alma Lavada

Alma lavada

Chove lá fora
Mas aqui também.
É o tempo limpando a natureza,
A vida limpando as feridas,
Meu amor tirando as arestas.
E chove!
Por hora constante, por vezes ofegante
Dentro de mim, ou lá fora
Não sei...
Se é o tempo que renova,
se é o amor que revigora,
se chove ou chora, de amor ou de tesão.
Mas cai a chuva.
E aqui dentro
um arrepio insiste,
um pensamento resiste,
um nó na garganta sufoca.
E faz repensar.
O que planto, o que colho
O que liberto ou recolho
O que vivo!
A chuva passa.
Deixa molhada a vida
Deixa encharcada a ferida
Agradeço o dia que virá.
E o sol, majestoso,
Fará o tempo secar a terra
Fará o amor renovar a cratera
Onde mora minha dor
meu amor, meu valor.