quarta-feira, novembro 09, 2005

No ar

Lá no céu uma pipa
Me faz lembrar dos sonhos
Sonhos de menino
Voando longe... longe
A buscar a eternidade.
Menino, ou menina,
Na verdade sempre querem
Desejam a eternidade no ar.
E, bem na meninice,
A gente sempre é pipa a voar
Sonha alto, pensa alto
E os pais sempre a segurar a cordinha
Cansados de puxar, enrolar os fios...
A infância voa.
E a pipa fica na caixinha
Da memória
Guardada, imaculada
Só é aberta quando,
Um outro menino,
Em sua sábia meninice
Chama o pai, ou a mãe
Pra brincar de pipa
E abre a caixinha de sonhos
E os dois, a voar
Viram a eternidade.

terça-feira, novembro 08, 2005

Sou tua

Sou tua voz
quando calas a boca
para silenciar o pranto.
Sou tuas pernas
quando pensas em desistir
da caminhada da vida.
Sou tua mão
quando teus dedos
não tocam mais
aquela canção de amor.
Sou tua luz
quando trilhas o escuro
caminho do autoconhecimento.
Sou toda tua
quando teu desejo fala mais
que tua louca razão.
Sou tua balança
quando pesas o antes
e o depois.
Serei tua, sempre
até que partas para outro mundo
E lá, olhando-me de longe
possas ver apenas a tua luz
a lembrar da minha
a desejar aindatua vida vivida.... sozinha.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Flores de Finados

Flores de plástico e o suor
Da limpeza da lápide
De lapidar a memória
Na busca de velhas lembranças
As boas e as más, tanto faz.
Neste dia, quando outrora
Silenciávamos em homenagem,
Sequer uma canção a tocar.
Uma lembrança triste, de doer
Sábia oração a se fazer.
Hoje, muito movimento
Nos campos verdes .
Oração, apenas o essencial...
Lembranças resgatadas,
Refazer o memorial.
Já não somos os mesmos
Os mortos também não o são
Choramos mais pela vida
Que ainda temos por fazer.