sexta-feira, abril 28, 2006

Separação

Descobri contigo
Que vou morrer sorrindo
De contentamento.
Minha boca pode estar cerrada
Meus olhos não dirão mais nada
Mas se olharem fundo
Ultrapassarem meu corpo
Me encontrarão em outro mundo
Ainda com lágrimas nos olhos
Com a saudade batendo apertada
Mas com a certeza
Da alegria de voltar pra casa
Para preparar tudo
Para a chegada de meus amores.

Janelas da alma

Quando abro uma janela
É como se descortinasse a vida.
Sinto o sol entrando sem licença
sinto a alegria invadindo o pensamento.

E na lida de todo dia
abro as janelas de minha casa.
Duro é abrir as janelas da alma!
Travam sempre a cada desafio.

Empurro, puxo, forço um pouco
e elas - por fim - abrem com o esforço.

Sempre sei o que devo fazer...
lubrificar a mente!
Aperto um parafuso aqui,
tenho um bom pensamento ali
E no abre e fecha da vida
minha janela vai abrindo-se
para a eternidade.

As janelas da alma
sempre me fazem ser mais eu.

quinta-feira, abril 13, 2006

Meus filhos

Minhas crianças falam de coisas
que nem as coisas sabem que são.
Tudo isso que vem da boca
salta primeiro do coração.
Os filhos são poetas
Na doce forma de falar
Ensinam a viver
A correr e a brincar.
Ensinam também a amar!

Falam coisas sem sentido
Para minha pequena mente escutar
E quando abrem a cachola
A sabedoria escorre da boca
Como chocolate a vazar.
É doce o que pensam
Amargo como fazem pensar
Mas na mistura da vida
Achamos sempre uma saída
Para a todos amar
Sempre com a mesma medida
Sem fazer um privilégio.
Seria um sacrilégio
Dividir o que é mistério
De dentro do peito a brotar.

Meus filhos são eles mesmos
Não têm o que tirar
Lutamos a vida toda
Apenas para acrescentar...