segunda-feira, julho 03, 2006

Relato de infância

Ainda me lembro quando criança, quando chorei pelo Brasil. Uma despedida emocionada daquela grande seleção de craques da Copa de 1986. Foi um choro sentido, comoção de verdade, de ver meu sonho canarinho - do meu ídolo Zico - ir pousar em outras nações.

Neste sábado revivi um pouco daquela emoção. Desta vez contive o choro, afinal, já não tenho mais 12 anos, meus ídolos agora são outros, muito distantes do futebol. Mas, confesso, torci por vezes como criança. Esbravejei, joguei junto, fui mais técnico do que Parreira, chutei o que Ronaldinho nenhum chutou, comprei camiseta e bandeirinha. Remei contra a maré caseira, que insistia em dizer que era apenas um jogo, que não valia a pena torcer assim...Torci e perdi, mas tudo bem...

Gosto de futebol. Desde pequena, sempre foi a minha praia. Estava sempre no meio dos meninos, jogando junto, agarrando todas, sob o som das vaias das minhas amiguinhas, sob o olhar desconfiado da mãe delas. E sempre me orgulhei disso. Os meninos da minha rua já até nem ligavam mais, me escalavam para o time. E entre tantas caneladas, sobrevivi e sobreviveram eles.

E a paixão pelo futebol, e pelo Flamengo (timão), hoje me dão energia pra jogar com meus filhos, com vontade e alegria, não por obrigação mas por diversão. E o futebol vai seguindo por minha vida...Meus filhos sonham como futebol...um quer ser Robinho, o outro Dida. Talvez nenhum deles chegue a concretizar o sonho de menino.. Assim, como aconteceu comigo. Afinal, quando criança a gente sonha em ser um pouco de tudo... nem sei se sonhei em ser jogadora, porque naquela época ainda não tinham times femininos.
Não quero deixar de torcer, nem que seja para o Marcílio, que morre mais na praia do que qualquer marinheiro...Pra mim faz bem...e ponto final!