segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Em sonho

em sonho
dormi contigo
acordei sorrindo!
que pena
os sonhos acabam
a gente continua indo...

Meu Ribeirão

O Ribeirão sempre me pareceu
parado no tempo,
absorto.
Como a esperar o amanhã
mais colorido, até.
Era só pintar as casas
com cores novas, eu pensava...
amava com carinho a minha terra
minha, de meu pai, meu tataravô
que fugiu da guerra e
por esta terra se lançou ao mar
de tão distante, se perdeu
parou aqui, na rua estreita
na vila de pescadores
de Nossa Senhora da Lapa
Oh santa, protejei do alto do morro
os teus fiéis, infiéis também.
Ribeirão da rendeira
do terno de reis,
da dona Maroca na janela
sabendo da vida de alguém.
Ribeirão, nunca morei lá
meus sonhos sim
criam raizes naquela terra
nas areias da freguesia.
Na amendoeira da tia Ady
que cresceu antes de mim
e ainda lá está
meio torta,
já esmagada pelo progresso
pelo excesso de concreto.
Vou lá, vez por outra
levar meus filhos pra sonhar
brincar nas águas claras
ainda limpas.
Onde podem ver peixes,
pegar pampinhos e soltar
ter os pés beliscados pelo siri.
E a sorrir vamos nos virando.
Ribeirão dos encantos
dos vôos de criança
da Ilha da Magia
de meu eterno sonhar.