segunda-feira, abril 16, 2012

O Outono que mora em mim


Vez por outra
Estou outono
Meu corpo se alonga, minhas noites se alongam
Uma hora sorrio, noutras logo pranteio
Meu corpo aquece, mas logo congela.
Sinto o frio chegar mansinho...
E o calor da saudade ainda não me deixou!
O outono que mora em mim
Tem a cara pálida, amarela
De tudo aquilo que ainda não mudei.
O tempo é, porém, de mudança
E em mim o outono também é colheita
Meus frutos começam a madurar
Começo a temer a queda, a partida
Mas um dia meus frutos
voltarão pra minha terra
Como sementes.
Há ainda outros frutos brotando
Há muito o que colher.
Minhas folhas caem, meus cabelos caem
Tudo parece cair em mim...
Mas transição é assim!
Mudanças, andanças
Um outono de fora pra dentro
Uma estação sem fim.