Vez por outra
Estou outono
Meu corpo se alonga, minhas noites se alongam
Uma hora sorrio, noutras logo pranteio
Meu corpo aquece, mas logo congela.
Sinto o frio chegar mansinho...
E o calor da saudade ainda não me deixou!
O outono que mora em mim
Tem a cara pálida, amarela
De tudo aquilo que ainda não mudei.
O tempo é, porém, de mudança
E em mim o outono também é colheita
Meus frutos começam a madurar
Começo a temer a queda, a partida
Mas um dia meus frutos
voltarão pra minha terra
Como sementes.
Há ainda outros frutos brotando
Há muito o que colher.
Minhas folhas caem, meus cabelos caem
Tudo parece cair em mim...
Mas transição é assim!
Mudanças, andanças
Um outono de fora pra dentro
Uma estação sem fim.