domingo, outubro 23, 2005

Alma Lavada

Alma lavada

Chove lá fora
Mas aqui também.
É o tempo limpando a natureza,
A vida limpando as feridas,
Meu amor tirando as arestas.
E chove!
Por hora constante, por vezes ofegante
Dentro de mim, ou lá fora
Não sei...
Se é o tempo que renova,
se é o amor que revigora,
se chove ou chora, de amor ou de tesão.
Mas cai a chuva.
E aqui dentro
um arrepio insiste,
um pensamento resiste,
um nó na garganta sufoca.
E faz repensar.
O que planto, o que colho
O que liberto ou recolho
O que vivo!
A chuva passa.
Deixa molhada a vida
Deixa encharcada a ferida
Agradeço o dia que virá.
E o sol, majestoso,
Fará o tempo secar a terra
Fará o amor renovar a cratera
Onde mora minha dor
meu amor, meu valor.

Nenhum comentário: